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terça-feira, 18 de junho de 2013

Ainda sobre a greve


Sinceramente sempre pensei que era bluff e no dia do exame não iam prejudicar os alunos. Quiseram ser respeitados mas perderam o jogo quando não respeitaram os estudantes. Porque no meio disto tudo quem ficou mal visto foram os professores porque, bem, do governo já estamos à espera de tudo. Mas a verdade é que não é o governo que acompanha os alunos há 1, 2, 3, 6 anos todos os dias, lida de perto com a pressão, com a expectativa, com as desilusões, não é o governo que tem essa sensibilidade, supostamente são os professores. Neste jogo de interesses ficavam “heróis” se tivessem desistido da guerra na hora h.

E quando vêm com o argumento de que é um mal necessário para melhorar o futuro, perguntaram aos de 95 se queriam ser sacrificados para o futuro dos de 96? Ponho-me no lugar deles e quero é fazer o meu examezinho, candidatar-me e entrar na primeira opção. No fundo eles são quem menos culpa tem.

Adenda: Para não ser mal entendida, quando digo que os de 95 não têm que ser sacrificados é no sentido de não ser nada, nada justo serem eles os prejudicados numa luta onde foram levados por arrasto. Mas foi sobre eles que ontem caíram as consequências da não desistência de um braço de ferro entre o governo e uma classe que nem é a deles.

7 comentários:

Sara* disse...

Mas se os professores desistissem estariam a corresponder às expectativas de toda a gente que os acha uma classe de fracos! Com a parte de se sacrificarem os de 95, como eu, pelos de 96 concordo... Contudo, se cada um de nós pensar apenas no seu umbigo não se vai a lado nenhum! E sim somos os que menos culpa têm no meio de tudo isto e fomos nós quem saímos prejudicados, mas não tanto assim! Os professores, pelo menos os que conheço, não fizeram nada disto para nos prejudicar, como muita boa gente anda para aí, a dizer; fizeram-no para lutar pelos seus direitos! Se não o tivessem feito seriam realmente uns fracos e não deveriam ter lugar numa profissão como a de professor, que exige a existência de valores porque, quer queiramos quer não, é deles que vêm grande parte da educação que nos é dada, a todos os níveis.

Bad disse...

Sara*

Terem posto os alunos em primeiro lugar não faria deles uma classe fraca, terem desistido em prol dos alunos só mostrava a grandeza da profissão. Os professores existem pelos alunos e ontem, mesmo não querendo, vingaram-se do governo nos alunos.

Se cada um de nós pensar no nosso umbigo não vamos a lado nenhum, mas foi isso mesmo que eles fizeram, aderir a uma greve num dia de exames nacionais revela muito pouco bom-senso e muito egoísmo. Há momentos para se lutar e ontem não era um desses momentos.

E por saber bem os valores (de alguns) dos professores é que ontem me desiludiram.

Paula Laranjeira disse...

Eu sinceramente nem sei o que pensar. Compreendo a parte dos professores, mas são exames, é uma coisa séria, principalmente no secundário.
É obvio que no dia dos exames teve mais impacto que em outros dias, mas os alunos que ficaram sem fazer o exame e só o podem fazer dia 2 de Julho e que depois entram na universidade, ficam completamente sem férias.
E o mais ridiculo de tudo? Ou faziam todos exame, ou entao nao fazia ninguem! Olha agora na mesma escola umas turmas fazerem e outras nao, que ridiculo. Ao que isto chegou. Mas o que penso é que os professores nem com esta greve vao mudar alguma coisa no estado, causou impacto e tal, mas acho que nada vai mudar. Vai ficar tudo na mesma, excepto o nosso respeito pelos professores, que - falo por mim - deixou de ser muito depois disto.


Sara* disse...

Percebo o que queres dizer mas, sendo filha de uma professora (que neste momento já está reformada), percebo muito bem o lado dos professores. A verdade é que as medidas do governos não vão afetar-nos a nós, alunos nascidos em 95 (pelo menos a maioria), mas vão prejudicar em muito os que vêm a seguir. Sei por experiência própria o que é uma turma de 30 alunos (estive numa na primária, num colégio privado), sei o que ter uma professora (primária) cá em casa que, para além do horário escolar, ainda chegava a casa com uma tonelada de coisas para corrigir e que tinha ainda que tratar das filhas e da casa e sei como ficava cansada e com pouca paciência! Ah e sei como é a vida de alguém que, como uma prima minha, tem de ir trabalhar para longe para ter em emprego e, sem conseguir, em 10 anos aproximar-se muito da nossa cidade! E esta coisa da mobilidade vai colocar professores com ainda mais anos de serviço no quinto dos infernos e alguns (muitos) vão ficar sem emprego aos 50 e tal anos, depois de uma vida a ser professores! Que motivação vão ter estes professores para dar aulas, de que maneira vão conseguir dá-las? É quase desumano!

Anónimo disse...

O respeito pelos professores diminuiu por fazerem greve? oh MEU DEUS. Mas os alunos querem ser respeitados? Muito bem, então comecem a respeitar os professores... Sim porque na maioria hoje em dia já NINGUÉM o faz e a prova disso são mesmo estas medidas ridículas.
A greve é um direito de TODOS. E se os transportes públicos fizessem greve e os alunos não pudessem ir para as escolas e não faziam o exame? OPÁ!

Camila. disse...

Concordo plenamente contigo! Foi isso que me fartei de dizer, as coisas nao foram feitas da melhor forma, e os lixados fomos nos, independentemente de termos feito ou nao o exame

Bad disse...

Anónimo

Falo por mim quando digo que o facto dos professores terem feito greve em dia de exame nacional desiludiu-me e sim, prejudicarem-nos quando eles não tinham culpa nenhuma da situação fez-me perder um pouco do respeito que tenho pela classe. Falo na classe em geral porque por exemplo na minha antiga escola nenhum professor fez greve e todos os alunos realizaram os exames. Nenhum dos MEUS professores me desiludiu.

Nunca desrespeitei nenhum professor, nem nunca vi nenhum amigo meu a desrespeitar. Mas o respeito tem que ser merecido pelas duas partes. Também não são os alunos que fazem as medidas por isso não sei qual é a relação entre o respeito dos alunos e as "medidas ridículas".

A greve é um direito de todos e o respeito para com o futuro dos alunos deveria ser dever de todos os professores. Além disso em nenhuma circunstância uma pessoa deve reivindicar melhorias para si próprio se isso significar prejudicar directamente o outro.

Não critico a greve geral mas sim o facto de terem sido as pessoas que nos "acompanham há 1, 2, 3, 6 anos todos os dias, lidam de perto com a pressão, com a expectativa, com as desilusões" a não terem a sensibilidade de poupar os alunos a uma guerra que não é a deles. Mas isso já disse no post.